dimensões

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

FRESTA 21/11/11


Aqueles olhos
Eram como frestas
No telhado
Do meu quarto.
Eles me despertavam
Do sono da minha vida
Iluminavam o escuro
Do meu recinto.

Mas a luz
Que eles me traziam
Era uma fração
Muito pequena
Do dia que eles escondiam
Fora de tudo mais...
Dentro daquela mulher.

PASSAGEIRA 21/11/11



Neste mundo vão
De coisas efêmeras
E passageiras.
Você fugindo
Sempre indo embora
Se tornou a única coisa
Permanente, constante
Nesta vida
De perdas contínuas.

FEBRE FRIA 21/11/11

Tudo que eu me lembro
É que eu sentia muito frio...
Apesar do Sol
Que me queimava a pele...
Eu sentia muito frio.

Quem sabe o frio
Vinha da minha alma
Vazia de esperança.
Ou então da minha solidão
Repleta de tenta falta.

Mas eu nunca esquecerei
Do frio que fazia
Em pleno meio dia
Daquele dia de Sol.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

CAOS 11/11/11

Toda coisa
Nasce do caos.
Todo caos
Causa a coisa.
Isto é uma constatação
Caótica da condição da coisa
Crescendo...
Crescendo.
Como criança
Dançando ciranda
Em círculos
Carrossel...
Cataclismo.

E será crime ou castigo
Essa vida cadente?
Eu creio no caos.

MONTAGEM 11/11/11

 
A boca é o que diz.
O peito é o que pulsa.
O pulmão respira vento...

E a cabeça já confusa
Busca sempre entendimento.

O pênis é o que fura.
O olho é o que transborda
A lágrima agora triste...

E a pele é o que embrulha
A alma que não existe.

sábado, 5 de novembro de 2011

Opostos 13/12/09


Estais sempre tentando se encontrar
E eu sempre procurando me perder
Formamos até um belo par
De naturezas opostas
Do jeito que Deus criou
E que o diabo tanto gosta
A sensatez da razão e a loucura do prazer.

Estais sempre em fuga desvairada
E eu sempre a procura das palavras
Mas palavras não mudam nada
Nem em mim, nem em você.

Posso até ter perdido tudo
Mas ainda me resta a dignidade do silêncio
Me resta a resignação do esquecimento
Me resta o tempo... O tempo que vai me curar
E até quem sabe me fazer esquecer
Daquele maldito dia maldito
Em que eu tentei te encontrar
E você então quis me perder.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Platão 03/10/08


Olhe aquele homem na caverna!
Será que ele não vê?
Que o que ele vê
São só sombras
São só sobras da luz.

Os olhos que enxergam sombras
São cegos...
Há até quem veja e não enxergue
Pois a pior cegueira é a da razão.

Por isso eu quero luz
Mesmo que me arda à pele
Mesmo que me embacem os olhos
Mesmo que me queimem vivo
Mesmo que me queiram morto
Eu quero luz.

Pois além deste mundo
De sombras
Há uma idéia sombria
Que me ilumina
O coração.

E já disse o poeta
Com a morte a espreita
Luz... luz...
Mais luz...