dimensões

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domingo, 18 de janeiro de 2015

AZIA POÉTICA


É preciso uma noite no meio do dia
Para entendermos a grandeza da luz.
E só posso enxergar o paraíso 
Que teus olhos me prometem 
Porque já tive o inferno 
Em meu paladar...

No fundo são as feridas 
Que nos ensinam o poder de um carinho...
Meu amor, só enxergamos em perspectiva...
O doce é mais doce para quem amargou o fel...
As lágrimas de ontem 
Só tornam o sorriso de agora mais valioso...

E foram os amores de outrora 
Que findaram, que me ensinaram 
A eternidade do amor de agora...

Antes pensava que havia amado em demasia... 
Mas perto desse amor que me trás
O calor de um sol que irradia...
Vejo que nunca amei de fato. 
E que nunca fui amado 
Como merecia...

E que os outros amores 
Da minha vida 
Não me passaram
 De uma irritante azia...

A NATUREZA DO SEGUNDO


E o homem
Com a sua mania
De eternizar
As coisas...
Segue negando
Inexoravelmente
A natureza
Do segundo.

Com a sua memória
Caixa sem fundo
Segue querendo
Guardar tudo
Dores e prazeres
Que já não são.

Deixem o segundo
Se esvair
Seguir seu passar
Já não há mais tempo.
Deixe a vida
E toda essa agitação
Se evaporar
Como o éter.

Deixe tudo
Homens e sentimentos
Voltar ao seu estado
 Natural de não ser.