dimensões

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quarta-feira, 16 de março de 2011

A língua 21/10/10

Minhas mãos já não te alcançam
Minha visão já não te enxerga
(O horizonte sempre vence o olhar)
Quem me dera poder voar,
Correr, saltar quilômetros inteiros...
Ser mais que um homem
Limitado e frágil.
Quem me dera meu pau
Ter noventa quilômetros.
(Esses são delírios que a tua abstinência me causa)

O fato é que nessa distância
Que nos separa... distância de hemisférios
(Pois parece que há um mundo inteiro entre nós)
O único carinho que posso te fazer
É o carinho com palavras
O carinho de uma rima
Ou de uma metáfora.

E já que não posso te dar
A minha língua muscular
Este órgão sexual com funções literárias.
Já que eu não posso te beijar
Te lamber, me lambuzar em tua beleza.

Uso a minha outra língua
Pra te acariciar...
A minha língua portuguesa.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Nietzsche 02/10/08

Em meu altar encontrei
Eu mesmo
Pois sou meu único deus
E meu único demônio.

O céu já não é mais o limite
Para além do céu existe o sol
Para além do sol a distância
Dentro de mim há um universo
De possibilidades
E um sonho sem importância.

Eu o vi descer por entre nuvens
Das alturas mais remotas
Mas ele não vinha julgar os homens
Vinha ensiná-los.

Quem era aquele homem?
Se não era Deus
Nem Maomé
Nem Shiva  
Nem Jesus.

Era eu
Era você
Éramos todos nós
Pois para além do tempo  
Que nos consome
Existe um Deus morto
E um super homem.