dimensões

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

INVENÇÃO 12/01/12


Tudo cabe na imaginação
Maquinas do futuro
Coisas do passado
Poemas...
Fumaça...
Tudo cabe na imaginação
Até um amor
Que não é amor...
Cabe lá...
Lá na imaginação.

No mundo todo
Só uma única coisa
Não cabe na imaginação...
A realidade. 

A JANELA 08/01/12





É como se a saudade
Fosse um membro
Do meu corpo
E o não sentir
Fosse o próprio tato.
É como se a escuridão
Fosse a paisagem
Nesta janela...
Com vista para mim.

QUANDO ELA ME AMA 07/01/12



Que eu sou labirinto
Eu já sabia.
Confuso cominho
Que atravessas
De pés descalços
Pisando os cacos
De alguma coisa
Que se quebrou
Aqui por dentro...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Veleiro 30/12/11


O meu amor era pequeno
Como um veleiro
Destes velozes
Leves, brancos
Cruzando os mares
Em um dia azul.
Tudo era fácil...
Tudo era paz...
Tudo era lindo...

Hoje meu amor
É enorme
É gigantesco
É um cargueiro
Medonho
Sem cor
Fumacento.

Ele já não brinca com o vento
Serve apenas para levar
Coisas pesadas
Contêineres
Mágoas.

Sinto falta
Do meu pequeno amor.
Quando amar
Era como uma brisa
Algo suave e inconstante
Que me empurrava
Para vida...

Relojoeiro 12/12/11



Sou só alguém
Que passa pela rua antiga
Uma figura quase estática.
Confundo-me com azulejos
E paralelepípedos.

Vejo as outras pessoas
Elas têm tanta pressa.
Mas pra que se a vida
Já é tão rápida?

Sigo eu no meu galope de vento
No meu momento
Estendido além do momento.
Minha vida é apenas um segundo
Que fugiu do relógio
Escapou dos ponteiros
E está livre do tempo das coisas.

Minha vida
Vivi no tempo
Das nuvens.

Por isso não tenho pressa
Pois também não tenho tempo
Sou um homem
Que já aconteceu.