dimensões

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domingo, 21 de outubro de 2012

CONCLUSÃO 23/09/12



E o concreto
Por fim
Se mostrou
Mais duro
Do que o sonho.
E a vida
Mais simples
Do que a arte.
E a canção
Mais longa
Do que o amor.
E a pele
Mais abstrata
Do que a palavra.

Por fim
O fim se mostrou
Como é...
Apenas caminho.

A PERGUNTA FUNDAMENTAL 19/09/12



A filosofia
Às vezes me deixa
Constrangido.

Como posso eu
Estar me perguntando
Sobre o sentido da vida
Enquanto há muitas pessoas
Se perguntando
Se terão o que comer
Ou não.   

SANGRAR 27/08/12



De tanto sonhar
Não consegui...
De tanto cair
Eu desisti...
De tanto amar
Eu te perdi...
De tanto sangrar
Eu escrevi...
Um poema
Para o amor
Que não está
Mais aqui...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

MEU POVO 08/10/12



O povo é livre
Mas tão somente
Para escolher
Seus grilhões
E seus senhores.

E o silêncio
Deste povo
Que para mim
Podia conter
Algum resquício
De mudança.

Por fim
Se revelou...
Não era um silêncio
De revolta
Era um silêncio
De rebanho
Que caminha
Lentamente
Para o abate
Para o abismo.

E a vontade
Democrática do povo
Mais uma vez
Se constituiu
Em suicídio.

A liberdade
Na verdade
É um valor inútil
Para os que
Não sabem escolher
Ou para os que preferem
A cegueira da irresponsabilidade
Ao invés de enxergar
Seus atos e erros.

E em todos os tempos
Em todos os povos
Sempre haverá homens
Que preferirão a cegueira.

Mas o Sol
Não é opção
É consequência
Da rotação
De tudo que é mundo.

E o Sol
Sempre virá
Seja para iluminar
Sonhos...
Seja pra secar
Lágrimas ou sangue...
Seja para revelar
Absurdos e crimes.

O problema
Da esperança
É que ela é algo
Que sempre está no futuro
Mas o que precisa ser mudado
Está no presente.

E nesses dias
Sem glória
Onde as ideias silenciam
E o povo festeja
O seu próprio flagelo.
Não há mais no que acreditar
Nem em homens
Nem em deuses
Nem em sonhos
Nem na luta.

Hoje não acredito no povo
Apenas o respeito
E o lamento
Ao mesmo tempo.

Mas é preciso acreditar!

Então acreditarei
No Sol e em sua luz
Que está em tudo
Que é amanhecer.

Só espero que um dia
Ainda que eu não veja
Esse meu povo
Tão sofrido e masoquista
Também amanheça.