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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A SOLIDÃO DA PAISAGEM 30/01/12


O que ele esperava? Por quem ele esperava? Talvez um amor perdido na sua juventude perdida, perdida em um sonho em vão.

O certo é que ele sentava todos os dias de manhã, de tarde e de noite na mesma esquina... Ele morava ali perto.

Para ele os dias eram só dias não haviam datas, dias bons ou ruins eram apenas dias, talvez por isso ele esperasse tanto porque já não espera nada... se acaso esperasse a morte já não sentia medo, nem apreensão, na verdade perecia que a vida tinha ficado muito comprida para aquele homem.

Um dia ele não apareceu na esquina e a esquina ficou com ares de viúva. Mas ninguém reparou sua ausência, pois há muito, muito tempo aquele homem tinha virado paisagem.                

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