dimensões

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domingo, 22 de maio de 2011

ENTRANHAS 16/05/11


Fiz de cada poema
Um degrau
Não para chegar
No alto
Mas para alcançar
O fundo...
O mais fundo de mim
E achar meu eu.

Mas poemas
Não são degraus
Asas ou navalha
Poemas são apenas poemas
Não tem um fundamento
Além do que é...

Eu também
Não sou algo permanente
Escondido em mim mesmo
Esperando ser descoberto
Por alguma palavra
Ou algum olhar.

Eu sou puro movimento
Me desfaço
Depois me refaço
Me construo de mil pedaços
Não sou retrato
 Impassível ao tempo
Sou mosaico solto ao vento
Mudando de forma
Desmoronando me erguendo.

Sou aquilo
Que não é
Pois o que fui
É sempre diferente
Do que será.

Sou estrada sem fim...
Continente sem mapa...
Sou uma ilha cercada e nada
Por todos os lados
Dentro de mim.    
    

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