No meu ombro direito
Percebo uma forma diminuta
Vejo que é um homenzinho.
Penso que é um anjo.
Mas não é anjo.
É José de Alancar.
Ele me diz ao ouvido
Que o que é irresistível em ti
São os olhos castanhos cor de
mel
A boca rubra cor da paixão
(se é que paixão tem cor).
O que é irresistível em ti
É a tua face esculpida por anjos
Que vislumbraram também a face
de Deus.
Mas então percebo
Que em meu ombro esquerdo
Há outro homenzinho a
tagarelar
Penso ser Mefistófeles
Que veio me tentar.
Mas não é o diabo.
É Machado de Assis.
E ele sussurra no meu ouvido
Que o que te faz irresistível
Não são os olhos, face ou boca.
Claro isso tudo é bonito.
Mas o que te torna irresistível
Não são os artifícios líricos poéticos...
O que te torna irresistível é a
tua bunda
Que desperta os meus instintos
Bíblicos ancestrais
De retornar ao paraíso.
O que te torna irresistível
São as tuas pernas
Que escondem no meio delas
A tão bela e úmida flor da
vida...
E assim ouvindo Machado
Entre bunda, pernas, seios e
lábios
Percebo que além de tudo
Posso também ama-la.
Como um delírio idílico
Em um romance de Alencar...
Afinal és linda
E não és manca.
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