E ele atravessou a porta
Com um buquê de flores de plástico
E um amor eterno cravado no peito
Coberto pelo seu paletó de
linho azul.
Era uma figura desmembrada do tempo
Hábitos e gestos tão reacionários
Que já traziam em si algo de
renovador.
E assim com seu romantismo
Cafona e televisivo...
Ele era uma figura por completo
artificial.
Com suas flores de plástico e
eternas
Que só eram eternas
Porque era plástico e não
flores.
E o seu amor igualmente eterno
Que só era eterno porque não
era amor...
Era outro sentimento
Poético e fictício.
Pois o amor real
Nasce e morre
Dói e sangra
Fere e cura
Como tudo que é vivo...
O amor não pode ser eterno
Se for eterno não é amor
É outra coisa...
É Fantasia...
Delírio literário.
O amor real tem que pulsar...
Ele é tudo que é sangue.
Ele não pode ser composto
Somente de palavras
Visto que ele é muito mais
Silêncio e penetração.
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