dimensões

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O SUJEITO 26/01/13


E ele atravessou a porta
Com um buquê de flores de plástico
E um amor eterno cravado no peito
Coberto pelo seu paletó de linho azul.
Era uma figura desmembrada do tempo
Hábitos e gestos tão reacionários
Que já traziam em si algo de renovador.

  E assim com seu romantismo
Cafona e televisivo...
Ele era uma figura por completo artificial.
Com suas flores de plástico e eternas
Que só eram eternas
Porque era plástico e não flores.
E o seu amor igualmente eterno
Que só era eterno porque não era amor...
Era outro sentimento
Poético e fictício.

Pois o amor real
Nasce e morre
Dói e sangra
Fere e cura
Como tudo que é vivo...

O amor não pode ser eterno
Se for eterno não é amor
É outra coisa...
É Fantasia...
Delírio literário.

O amor real tem que pulsar...
Ele é tudo que é sangue.
Ele não pode ser composto
Somente de palavras
Visto que ele é muito mais
Silêncio e penetração.

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