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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Minhas correntezas 24/10/08

                Era chegada a hora, tomei coragem, tomei fôlego e então mergulhei em mim!
               
No principio era tranqüilo, como uma piscina, era raso e seguro, mas então vieram às primeiras marolas, e eu já não era uma piscina, era um rio que brota do fundo da terra silencioso, frágil, mas que logo ganha força, já não podia ser domado, já não podia ser contido, só posso agora seguir minha correnteza.
Mas de repente me vi afogar, já não era mais rio, era agora mar, sem fim, sem proporções, tudo que eu era, era profundidade, obscuridade. Eu era maior que mim mesmo.

Oh, minha amada aprenda com os pescadores, que são felizes navegando sobre a aparente mansidão do mar, pois do mar eles só conhecem a superfície e sabem dentro de si que existem profundidades que nunca devem ser alcançadas.
Aprenda isso doce amada, aprenda com a humildade dos pescadores, pois as minhas profundidades são muito mais obscuras e perigosas do que as do mar. Pois em meu peito pulsa, vivi, o pior dos demônios... o coração de um poeta.                         

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