Só há cansaço e caminho
Nesses dias de um homem só
Nessas noites que são tão
minhas
Companheira e solidão na mesma
mulher...
Busco uma palavra
Que transforme dor em arte
Mas o vazio sempre será
Um espaço a ser preenchido.
Busco uma sombra
Nestas noites em claro e sem
Sol
Mas eu já sou tão sombrio.
Busco então por mim mesmo
Muito mais importante
Que saber quem sou
É saber quem não fui.
Busco uma trégua
Nesta paz tão sozinha
Mas eu já sou tão covarde.
E tanto os versos
Quanto à escuridão
Sempre servirão
Para esconder lágrimas e
tristezas
Quiçá homens inteiros
Na mesma penumbra
Na mesma penúria
De se saber homem.
O corte está exposto
Revelando toda vida e toda
morte
Que há em um homem
Libertando o sangue do corpo.
O corte está exposto
Mas o homem permanece
escondido
Oculto na sua arte
armadilha...
Este homem sou eu
Sou bifurcação...
Metade quer se revelar
Gestos e gostos...
Ser feliz é uma questão
De paladar...
Metade quer se esconder
Alturas e profundidades...
Ser feliz é uma questão
De equação...
E a poesia serve apenas
Para não servir...
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