dimensões

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terça-feira, 28 de maio de 2013

UM HOMEM CANSADO 28/05/13


Só há cansaço e caminho
Nesses dias de um homem só
Nessas noites que são tão minhas
Companheira e solidão na mesma mulher...

Busco uma palavra
Que transforme dor em arte
Mas o vazio sempre será
Um espaço a ser preenchido.

Busco uma sombra
Nestas noites em claro e sem Sol
Mas eu já sou tão sombrio.

Busco então por mim mesmo
Muito mais importante
Que saber quem sou
É saber quem não fui.

Busco uma trégua
Nesta paz tão sozinha
Mas eu já sou tão covarde.

E tanto os versos
Quanto à escuridão
Sempre servirão
Para esconder lágrimas e tristezas
Quiçá homens inteiros
Na mesma penumbra
Na mesma penúria
De se saber homem.     

O corte está exposto
Revelando toda vida e toda morte
Que há em um homem
Libertando o sangue do corpo.
O corte está exposto
Mas o homem permanece escondido
Oculto na sua arte armadilha...

Este homem sou eu
Sou bifurcação...

Metade quer se revelar
Gestos e gostos...
Ser feliz é uma questão
De paladar...


Metade quer se esconder
Alturas e profundidades...
Ser feliz é uma questão
De equação... 


E a poesia serve apenas
Para não servir...

      

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